Violoncelo

Na noite ando pela cidade

Passo por becos pontes e praças

Sem rumo como uma folha no outono solta ao vento

Der repente paro e escuto um som doce

Um som grave a penetrar nos meus ouvidos e me seduzir

Eu o sigo como se ele me puxa-se como um imã

Paro em um lugar escuro e calmo

Uma única fraca luz de um velho poste a iluminar a artista

Como a Venus de Milo ao meu olhar

Com seu corpo tão torneado quanto o instrumento que tocava

Cabelos negros como o céu da cidade à noite

Mãos delicadas como a de uma boneca de porcelana a dedilhar sobre as quatro cordas

Olhos escuros e frios centrados no nada

Ouvidos aguçados a saborear cada nota como um pedaço de chocolate

Os belos lábios contraídos a mostra a concentração

Aproximo-me mais para absorver da bela musica e admirar mais da bela ninfa que a toca

Ela está sentada em um velho banco de pedra, com as belas pernas torneadas arqueadas, com o instrumento entre elas encostado-se a uma de suas coxas grossas

Termina a peça que tocava

Seus olhos da noite me fitam, meu coração palpita

Ela se ergue e caminha até mim fico paralisado

Estamos face a face ,ela aproxima seus lábios dos meus

Quase que involuntária mente eu a abraço e fecho os olhos

Torno a abri-los novamente e nada está lá

Alem de uma pena e um violoncelo